Repórteres viajam até o Espírito Santo para entender por que as pessoas são vítimas de crimes praticados por multidão

Repórter Record Investigação viaja ao Espírito Santo para entender por que as pessoas são vítimas de crimes praticados por multidão — mais conhecido como “mortes por justiçamento”.

Barbárie, crueldade, selvageria. Essas palavras definem, sem exagero, a maneira como brasileiros são linchados até a morte após um boato ou uma notícia falsa.

Nos últimos anos, os linchamentos só têm aumentado, principalmente no Espírito Santo. Um triste fenômeno que fez os repórteres Marcus Reis, Flávia Prado e Michel Mendes viajarem ao estado para entender por que tanta gente é vítima de crimes praticados por várias pessoas.

De 2010 até 2020, houve 153 sentenças de morte nas ruas da região da Grande Vitória, segundo a Universidade de Vila Velha.

Antônio, Joel e Alaílton estão entre os mortos. Todos eram queridos pela comunidade onde moravam, mas uma perigosa combinação entre mentira e indignação colocou um ponto final na vida dos três.

Antônio foi agredido a pauladas até a morte. A execução do senhor de 74 anos aconteceu porque espalharam um boato de que ele seria estuprador de crianças. “Dói você ver um inocente perder a vida de forma tão brutal”, conta Ivone, sobrinha da vítima.

No linchamento de Alaílton, 17 anos, chutes e socos o fizeram desmaiar. Levado ao hospital, não resistiu e morreu. O jovem foi punido por causa de um boato de que ele teria mexido com uma menina na rua. “Correu a informação de que havia um estuprador negro andando de carro por aí”, descreve a irmã, Gileade. Nossos repórteres ficaram frente e frente com dois acusados pela execução do jovem.

Já o caso de justiçamento de Joel teve início em uma briga de vizinhos. A situação piorou quando um deles passou alegar que tinha visto Joel no portão de casa, mostrando órgão genital para mulheres e crianças que passavam na rua. “Quinze pessoas agrediram ele. Tudo ao mesmo tempo”, relembra a irmã, Joelena.

E autoridades e especialistas explicam o que está por trás do aumento expressivo de casos de linchamento no país.

 

Fonte: R7